quarta-feira, 3 de outubro de 2012


Salários do governo para atletas olímpicos vão variar de acordo com desempenho até 2016

Rodrigo Mattos
Do UOL, em São Paulo

  • Presidente Dilma Roussef recebe comitiva de atletas olímpicos após os Jogos de Londres-2012
    Presidente Dilma Roussef recebe comitiva de atletas olímpicos após os Jogos de Londres-2012
O Ministério do Esporte pretende adotar um sistema com aumentos e reduções salariais por desempenho para pagar os atletas olímpicos candidatos a medalhas nos Jogos do Rio-2016. O programa “Bolsa Pódio” usará critérios como idade, posição no ranking mundial e potencial de desenvolvimento para definir o valor para cada esportista.
Esse projeto faz parte do “Plano Medalha”, criado pelo governo federal para aumentar o investimento nos preparativos do esporte olímpico para a próxima Olimpíada. A projeção é de um gasto de R$ 2,5 bilhões para colocar o Brasil entre os 10 primeiros do ranking de medalhas.
Representantes do ministério se reuniram com as confederações olímpicas e o COB, nesta quarta-feira, para detalhar como vai funcionar o plano. No encontro, foi abordada a questão dos salários dos atletas, os recursos extras diretos para as entidades e também a intenção do governo de aumentar a democratização e melhoria da gestão das entidades.

Boxe nos Jogos de Londres

Foto 18 de 24 - Esquiva (azul) tenta o golpe no rival britânico Anthony Ogogo Mais Flávio Florido/UOL
Em relação à “Bolsa Pódio”, o governo confirmou que terão direito aqueles que estão nas primeiras 20 posições no ranking mundial em esportes individuais. Mas os salários, que terão como valor máximo R$ 15 mil, não vão ser uniformes.
 “A possibilidade e a chance de estar no Rio-2016 terá peso. Pode ter um 19º colocado que é excelente e tem muito potencial. E pode ter um 8º que pode não continuar mais à frente e se aposentar. Haverá uma regra única. E vamos buscar um corte objetivo”, explicou o secretário Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser.
O processo para definir o salário começará com a confederação olímpica. Ela indicará o atleta e detalhará os aspectos técnicos que o envolvem. A partir daí, uma comissão do governo federal vai analisar os dados apresentados e decidirá um valor para cada esportista. Esse montante será variável conforme o desempenho.
“Pelo que o Ministério nos informou, o atleta terá que se manter dentro dos critérios em um ano para permanecer para o ano seguinte. E pode ter aumento de salários, e redução dependendo do seu desempenho”, detalhou o presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, José Vasconcellos.
Os recursos pagos às confederações serão feitos por meio de convênios com o Ministério do Esporte, como já ocorre hoje. Os valores só começarão a ser liberados no próximo ano - existem outros recursos previstos para 2012. Acordos de cada confederação com estatais também estão em negociação.
Em relação à mudança de gestão, o governo federal pediu aos dirigentes olímpicos a contratação de mais profissionais para melhorar a gestão das entidades. E também há a pressão por maior democratização das confederações, fatores que serão levados em conta na quantidade de recursos dado a cada uma.
Os cartolas olímpicos, no entanto, argumentaram que não têm muitos recursos para administração das suas entidades, o que dificulta a melhoria da gestão. “Alguns presidentes de confederação ainda argumentam que só com a permanência por mais tempo nos seus cargos ganham influência no cenário internacional”, justificou Vasconcellos.

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